Helena publicou quase toda a sua obra de forma independente: editando os livros com recursos próprios, não contando com uma editora nem com ações de distribuição e promoção dos seus livros. Já idosa, obteve auxílio da Criar Edições e de algumas ações do Estado em seus últimos livros.
Algumas de suas publicações eram, na verdade, duas obras em um único livro, como é o caso de Era Espacial & Tempo e Infinito Presente & Saga, havendo, portanto, duas contagens diferentes possíveis para o número de obras inéditas editadas. Publicou inúmeras antologias, algumas delas com edições contendo também poemas inéditos, como foi o caso de Reika e de edições de Viagem no Espelho.
Suas poesias não lançadas em livro foram reunidas em Tear de Palavras, no apêndice do livro O Universo Imaginário e o Fazer Poético de Helena Kolody, mas não publicadas como livro individual.
Teve sua poesia publicada em italiano e ucraniano.
No final da vida, publicou sua única obra em prosa, Memórias de Nhá Mariquinha.
“Quando, em 1941, Helena publica, em Curitiba, as suas próprias custas, a coletânea ‘Paisagem Interior’, seu primeiro buquê de poemas, Bilac ainda é um Deus, o Modernismo de 22 ainda é apenas um escândalo e a poesia só é reconhecível nos trajes de gala do soneto. (…) o rico movimento simbolista (…) presente no Brasil todo, tinha tido em Curitiba seu centro mais ativo: É Brito Broca quem diz, em 1910, Curitiba era cidade literalmente mais importante do Brasil. Basta ver que oito das quinze revistas do Simbolismo brasileiro foram editadas aqui, entre 1895 e 1915. Mas quando Helena começa a produzir e publicar, esse momento já tinha passado, deixando atrás de si apenas um perfume e uma vibração.”
– Paulo Leminski
“Encontrei com alegria, poemas como ‘Fio d’água’ e ‘Pereira em flor’, em que à expressão mais simples e discreta se alia uma fina intuição dos ‘imponderável’ poéticos.”
– Carlos Drummond de Andrade
“A poesia de Helena Kolody é feita de amargor e sabedoria a um só tempo. E traz a marca do poeta verdadeiro: o do amor profundo ao vocábulo.”
– Tasso da Silveira
“Esta obra é a projeção do eterno sobre o transitório” e traduz “uma espiritualidade surpreendente”, (…) trata com sabedoria invulgar das coisas subjetivas. (…) Há música, beleza, harmonia e espiritualidade na poesia de Helena Kolody.”
– Pompília Lopes dos Santos
“Depois de uma década sem publicar, Helena inaugura uma nova fase de sua obra, mantendo temas recorrentes como a efemeridade, a transitoriedade e a solidão – ao mesmo tempo que inaugura postura crítica às inovações tecnológicas e sociais que ocorrem durante os anos 60. É o livro de uma escritora que se renova e atualiza sua percepção de mundo sem perder a personalidade.”
– Eduardo Kolody
“A poeta está encantada com a tecnologia que permite ao homem vencer os limites naturais do planeta. Mas não adota a atitude de deslumbramento submisso de algumas vanguardas perante o universo da tecnologia.”
– Reinoldo Atem
“Il est encore des îles de lumière. [Ainda existem ‘ilhas de luz’] A expressão é de Daniel-Rops, em ‘Présence et Poésie’. Aceite tranquilamente que essas ‘îles de lumière’ [ilhas de luz] as lembre pensando em sua poesia. A expressão do grande ensaísta vai como luva na sua obra, feita de pureza, luminosidade espiritual e alada vivacidade. Esta breve série: ‘Tempo será’, ‘Calidoscópio’, ‘Arte’ e ‘Dilema’, representa uma essencialização progressiva, e, em cada um dos pontos de incidência de sua criatividade, um momento definitivo, – sem contradição de termos. Não sei decidir-me por preferência particular: os quatro poemas são admiráveis! De perfeita maturidade, sem perda de frescura e qualidade da imaginação.”
– Andrade Muricy
“Os versos de Tempo são rápidos, curtos, mas transbordantes de autenticidade. Seus poemas são sustentados pelo equilíbrio entre a condição humana e o sopro da alma. Assim, o universo poético, engendrado nas páginas desse livro, é reafirmação de uma voz em permanente compromisso com a Arte e nunca desvirtuada na intenção de sua mensagem.”
– Graciette Salmon
“Tão simples, tão pura – e tão funda – a poesia de Infinito Presente! Você dominou a arte de exprimir o máximo no mínimo, e com que meditativa sensibilidade!”
– Carlos Drummond de Andrade
“Helena Kolody – poeta essencial e magistral da terra das araucárias, coloca nesse instante o selo de ouro em sua produção artística. É a hora apoteótica em que as emoções oriundas de sua delicada sensibilidade se transformam em conceito.”
– Pompília Lopes dos Santos
“A padroeira da poesia em Curitiba acaba de fazer mais um milagre. Chama-se Sempre Palavra, tem apenas cinquenta páginas e inclui uns quarenta pequenos poemas. Mas tem luz bastante para iluminar esta cidade por todo um ano (…). Vida. Esse é o assunto de Helena Kolody. Não é à toa que essa nossa mestra de poesia é professora de biologia. Mas tudo isso que eu digo não passaria de uma efusão sentimentalóide, se a poesia de Helena não se sustentasse em nível de linguagem, de design, de essência.”
Paulo Leminski
“Nesta obra a frase/poema sai do cotidiano, passeia pela experiência da sensibilidade e termina por acertar no ponto limítrofe entre o pensar e o sentir (…) a poesia kolodyana é repleta de ‘gotas de sabedoria’, ou seja, quando Helena fala e escreve, poesia e vida se confundem uma na outra. Aqui, o coração está exposto e, por isso mesmo, destinado a ser mistério, no texto e na fala.”
Alice Ruiz
“A culpada é a Regina Benitez. Eu estava firmemente decidida a não publicar mais nada. Ela, porém, com aquela serena persistência de gota d’água caindo na pedra, foi minando minha resistência. E venceu. Publicar um livro… Mas, que livro? Comecei a colher algumas papoulas dispersas no campo ceifado.”
– Helena Kolody
“Ao receber o nome haijin Reika – essência de poesia ou perfume de poesia – Helena tem sua poiesis identificada com suas principais características: leveza e síntese. Reika une alguns de seus principais hai kais já publicados com poemas inéditos, solidificando o legado multicultural de profundidade e sabedoria presente nos versos da autora.”
– Eduardo Kolody
“O que fez Guimarães Rosa em seu sertão, guardadas as devidas proporções, Helena Kolody consegue desenvolver nesse livro, uma vez que reproduz com beleza Do dia a dia da gente humilde da cidade de Castro entre os séculos XIX e XX. Esses personagens, como os de Rosa, atingem um sentido universal de amos sofrimento, conquista, dor ou solidão.”
– Luísa Cristina dos Santos Fontes
“Em 1999, organizei a obra inédita de Helena Kolody intitulada: Tear de palavras: poemas inéditos e reunidos. Esta coletânea revela que a poesia é comunicação e sinal de permanência. Helena Kolody, em seu ‘tear de poesia’, vai escolhendo as palavras e tecendo um manto todo bordado de ‘palavras-estrelas’ para ‘alegrar os corações’. Nessa obra, imagens remetendo ao efêmero e ao eterno cruzam-se, formando redes de sentidos. Os poemas convergem para uma atitude inquieta do eu poético que anseia por atingir um estado transcendente.”
– Antônio Donizeti
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